URBANISMO
Num cenário urbano cada vez mais engolido por tons de cinza, surge uma chama de cor, cultura e identidade — uma iniciativa visionária que transforma concreto em poesia visual. E por trás dessa verdadeira revolução artística, está o olhar sensível, corajoso e inspirador da Arquiteta e Urbanista Sandra Landi.
Com alma pulsante de quem vive e ama o Tatuapé, Sandra deu vida ao projeto Toca do Tatu — um resgate afetivo da memória do bairro por meio da arte urbana. Sua proposta vai muito além do grafite: é uma ocupação simbólica e real dos espaços públicos, é um grito silencioso que diz “esta rua tem história, tem gente, tem coração”.
A Toca do Tatu surgiu com um propósito claro: pintar os muros cinzentos de uma rua do Tatuapé com a própria história do bairro, trazendo à tona personagens, memórias e momentos que construíram esse território tão querido da Zona Leste paulistana. Cada pincelada e cada traço contam uma parte dessa narrativa, como páginas abertas de um livro ao ar livre.
E o mais bonito é que Sandra não fez isso sozinha. Ela soube reunir em torno dessa ideia, uma curadoria maravilhosa do Simon Szacher e Allan Szacher, REC Brasil (Rede de Economia Criativa), artistas locais cheios de talento e alma, além de nomes consagrados da arte urbana, criando um mosaico visual onde cada olhar encontra uma nova leitura. Ali, a arte não é só expressão, é pertencimento. É resistência. É amor.
O projeto é também um poderoso ato de cidadania. Ao ocupar os muros com cor, cuidado e memória, a Toca do Tatu reivindica o espaço urbano como lugar de afeto e beleza, afastando a degradação e convidando a comunidade a enxergar a rua como extensão do lar.
Sandra Landi, com sua sensibilidade única, nos mostra que urbanismo e arte caminham juntos quando há propósito e paixão. Ela nos lembra que os bairros não são feitos apenas de construções, mas de histórias vivas que merecem ser contadas — e vistas.
Que a Toca do Tatu inspire muitos outros cantos da cidade. Que seus muros continuem a falar, a emocionar e a despertar consciências. E que nunca nos falte a coragem de colorir o mundo com as tintas da nossa própria história.
Porque quando a arte ocupa, a beleza resiste. E quando o amor guia, tudo floresce.